09/02/13

Um sonho

Mais do que a linha marginal
para onde apontas, lado a lado as balas e a pena
com que delimitas o território para
onde podes fugir, a meio da noite apenas
te poderá servir a treva e a sua fulguração
mais brilhante do que o abismo,
recordas outras noites,
quando ainda podias ver na distância
o contorno nítido de um rosto que te poderia salvar,
mais do que a rocha esboroada por onde
escoa o verso a sua vida,
e firmas o pé sabendo que sobre o vazio
poderás sentir a verdade, o espinho
infectando a carne até ao osso,
o equilíbrio vacilando sobre o mar, ao rés
da água, mãos nas arestas,
esse é o mapa onde poderás desenhar o
possível destino a que entregas a decisão,
a vontade, e o sentido.

Nenhuma forma se divisa na neblina.

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