06/10/08

Cinquenta por cento de certeza

(É bem provável que ontem tenha ouvido a melhor canção de sempre dos Oasis, mas ainda não confirmei - é do último álbum, "Dig Out Your Soul" e apenas vi o vídeo, talvez de seguida pesquise por aí, e a coloque a tocar ali do lado direito).
Mas a verdade é que sempre pertenci à facção Blur. Nos últimos anos, cheguei à conclusão que a melhor banda da vaga britpop dos anos 90 (para mim, há apenas esta) são os Pulp. 
(A preguiça dos manos Galagher, a sua tendência irritante para copiar os acordes mais conhecidos dos Beatles (e não os melhores), junto com a sua insuportável arrogância, leva-me a dizer, sem rodeios que, por exemplo, a Sheryl Crow - sim, é essa - que estou a ouvir agora naquela "... trá-lá-lá-lá... if it makes you happy... trá-lá-lá..." é uma canção muito mais interessante do que "Sally Can Wait", que tocou antes).
Peguei num CD ao acaso que dizia Brit Awards 97, e cinquenta por cento do que lá está não presta; mas será melhor do que uma colectânea que fosse lançada agora? Estas coisas são importantes - uma dieta de jornais musicais ingleses deformou-me o espírito e ainda agora não consigo respeitar da mesma maneira uma banda pop americana e uma banda pop inglesa (mas a Britpop foi-se, como se nunca tivesse existido).
E agora toca "Mile End" (incluído na banda-sonora de Trainspotting), dos Pulp. Um mimo, uma brincadeira, um doce para gente grande, com sintetizadores que sobraram dos anos 80, uma guitarra vagamente country e um fiozinho de melodia beatliana, mas da boa, daqueles acordes que os Oasis nunca ouviram como deve de ser. E a inultrapassável misoginia tótó de Jarvis Cocker. 
Boys will be boys.

[Sérgio Lavos]

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